Acomodação Parte 2 – A casa das 12 pessoas

Diário da Gilmara na Irlanda

A Irlanda tem muitos pontos positivos e no decorrer do diário vocês podem tirar suas conclusões, mas o setor imobiliário está deixando a desejar faz muito tempo. Sendo uma das necessidades básicas do ser humano é a causa de muito estresse para as pessoas que estão no país. E como não existe lugar perfeito pra se viver (se existir me deixem saber nos comentários por favor, risos) levem isso em consideração se pensam em se mudar para a Ilha Esmeralda.

E lá estava eu em apenas duas semanas de Irlanda arrumando malas novamente para me mudar de apartamento. Eu não lembro ao certo quanto eu precisei pagar para mais uma semana de acomodação estudantil pela agência, mas com certeza não foi menos que 300 euros, porque já está incluso contas como gás e energia. Só sei que era a única solução que eu consegui achar ao invés de ir dormir na rua. Depois eu daria um jeito de recuperar a grana. Vamos resolver uma coisa de cada vez.

E foi assim tentando não surtar e engolindo o choro que eu me despedi do meu primeiro quarto/apartamento e primeiros housemates (companheiros de casa). Por sorte, a outra acomodação não ficava tão longe. Precisei caminhar uns 15 minutos até a Foley Street onde o prédio ficava e assim me hospedar no meu novo espaço onde já moravam três meninas. Era pequeno, mas limpo e agradável. O que é um requisito básico para mim como vocês devem ter percebido.

A realidade é que era melhor nem desfazer as malas já que pra mim aquela semana seria a última chance para achar minha vaga definitiva. Enviei mensagens para vários contatos, alguns já tinham sido ocupados, faltei aula para ir visitar outros e estava esperando resposta. Até que faltando de novo uns três dias para o meu prazo final, com os nervos à flor da pele, fui a caminho de uma vaga que ficava em Dublin 7, Phibsbourough.

No anúncio dizia que o apartamento tinha quatro quartos, uma sala/cozinha e dois banheiros e que a vaga seria para dividir o quarto com apenas uma pessoa. E antes de ver as fotos, no fundo eu pensei “Nossa! deve ser um lugar bem grande pelas características!”. Claro que segundos depois eu voltei para a realidade e percebi pelas imagens postadas que era melhor não criar expectativas. Quando eu perguntei ainda por telefone quantas pessoas ao todo moravam lá eu quase caí para trás com a resposta: 12 pessoas.

Confesso que eu estava indo pra lá bem desanimada, descrente que aquela seria a casa que eu gostaria de morar, mas ao mesmo tempo, eu não tinha outra alternativa a não ser pensar positivo e abrir minha mente para aquela situação. O prédio era bem velho e o apartamento ficava em cima de uma loja de antiguidades. E para minha surpresa, apesar de pequeno, o espaço causou uma boa primeira impressão pela organização e limpeza do momento.

Fui recebida pela pessoa que estava passando a vaga da amiga dele e pelo morador “mais antigo” vamos dizer assim (risos). Tom foi quem se disponibilizou de “colocar ordem” na casa sabe? Afinal é necessário administrar um lugar em que 12 pessoas dividem o mesmo espaço para que a convivência seja mais harmônica. Então, mesmo em pânico vendo o real tamanho dos banheiros e dos quartos (dois deles dormem duas pessoas cada e os outros dois quartos dormem quatro pessoas cada um), os meninos me passaram uma certa tranquilidade de que eles viviam bem ali na medida do possível.

Pela quantidade de pessoa logo se imagina que é uma casa agitada/movimentada, mas como a rotina de cada um é diferente e naquela hora da visita, por exemplo, não estavam todos em casa. O quarto que eu iria ocupar se fosse a escolhida seria para dividir com o Rafael. De início, fiquei um pouco desconfortável com essa informação, porque até então só tinha compartilhado quarto com meninas, mas eu teria que me adaptar.

E foi assim, focando em conquistar a minha próxima beliche definitiva que eu deixei de lado os desafios que esse ambiente poderia me causar no futuro e abertamente demonstrei muito interesse pela vaga para os meninos. Na verdade, eu acho que eu implorei mesmo para eles me escolherem (rindo de nervoso). E junto com o meu carisma e simpatia (risos) finalmente consegui meu sim.

Por Gilmara Bezerra

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Uma resposta

  1. Brilliant blog post! I can’t believe you had to share in a house with 12 people. Meu deus!! I love hearing about how things were in your early days in Ireland. You have a great way of describing things. I’m sure it is very nostalgic for you to remember these times 😉 keep up the great work!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias Relacionadas

Categorias

Redes Sociais