Mais 8 meses de Irlanda garantidos

Diário da Gilmara na Irlanda

O housekeeping and deep clean duraram até meados de agosto. Setembro começa o novo ano letivo das faculdades e escolas na Irlanda e tudo precisa estar limpinho antes dos alunos retornarem para as salas de aulas e respectivas acomodações. Trabalhando o dia inteiro desde meados de abril eu adquiri uma graninha extra e de quebra uma dor nas costas/coluna. Assim que renovei meu visto (em julho) já comecei a estudar.

Eu mudei meu horário no inglês. Agora ao invés de estudar à tarde eu estudava pela manhã. A mudança era parte de uma estratégia para conseguir um emprego como babá (childminder) no período da tarde. A escola também era diferente da minha rota anterior, mas ainda bem central. Agora eu estava na região da merrion square e Trinity College, a principal universidade da Irlanda e do Museu Nacional (The National Gallery of Ireland).

O ônibus que eu pegava depois que eu terminava a minha faxina de 3h na UCD passava em frente à escola e isso amenizava meu atraso na aula. Isso porque eu ganhei meia hora a mais. Ao invés de 9:00, na nova instituição o professor só começava as atividades às 9:30 e o meu percurso do trabalho até lá levava em torno de 45 minutos dependendo do tráfico. Assim como eu, outros colegas de turma também só chegavam perto das 10h na aula.

Vai depender do professor e da boa relação com ele para entender e relevar os atrasos. Mas no fundo eles sabem que ser um estudante que precisa trabalhar é complicado. Contando que você aprenda, faça todas as atividades e tire boas notas vale o esforço e a tolerância. O ponto positivo de ser verão é que as aulas tendem a ser mais flexíveis com saídas/ passeios ao redor da cidade.

Em uma das ocasiões eu até fui direto do trabalho ao encontro da turma na praia de Bray. A aula do dia seria por lá então não tinha necessidade de passar na escola antes. A cidade fica no litoral da Irlanda e conta com a “Bray Head”, uma montanha com 241 metros de altura que garante uma linda vista da cidade e do mar. A praia é de pedra e tem festivais de música rolando sempre no verão. A professora usou a oportunidade para nos desafiarmos no inglês explorando a cultura e culinária da região.

E assim a rotina escolar entre aulas na escola e fora dela tomavam de conta de novo dos meus dias. O serviço na casa de família eu tive que abrir mão desde maio porque não compensava mais. A mãe precisava que a faxina fosse feita pela manhã. Então o foco agora era preencher minhas tardes com outro trabalho fixo e o ideal seria que fosse pago em espécie para não correr riscos de ser questionada na receita ou imigração por estar fazendo mais de 20h semanais.

Assim como nos empregos que eu tinha, a tática usada foi deixar as pessoas ao meu redor saberem que eu estava disponível para cuidar de crianças. Fiz um currículo específico para essa área. Esbarrei de novo no fato de não ter experiência na Irlanda. Tive que incrementar com possíveis “ajudas e trabalhos” que tivesse feito no Brasil com a família mesmo, envolvendo os sobrinhos pequenos. E assim tentar chamar atenção de alguma família interessada em me contratar… continua

Por Gilmara Bezerra

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