Um ano de Irlanda e meu segundo Halloween

Diário da Gilmara na Irlanda

Outubro de 2017. Um ano de Irlanda. E mais um Halloween pra conta. A coincidência das datas tornou esse mês ainda mais especial na minha vida. E o que dizer desses 12 meses vivendo fora da minha zona de conforto? Três países visitados, muitas trocas de trabalho, inglês em construção, adaptação ao clima ainda em andamento, mas o importante é que sobrevivi e continuava firme na missão: Curtir o momento e aproveitar todas as oportunidades do agora.

Ao refletir sobre esse ano, vejo uma trajetória notável de transformações e crescimento. Iniciei minha jornada na Irlanda como faxineira. Me peguei fazendo um serviço que jamais imaginei ser remunerada por isso. E com o dinheiro suado, claro, que vieram também as dores nas costas e uma alergia ainda mais rigorosa. Foram desafios diários para me adaptar a um novo ambiente de trabalho e a um idioma diferente.

A transição de faxineira para babá foi uma escolha pensada e calculada, porém muito difícil de conseguir já que não tinha experiência na Irlanda e com isso é preciso de indicação. E a minha hora chegou. Cuidar das meninas era um trabalho, mas também uma oportunidade de construir conexões significativas e ser parte do crescimento delas. Aprendi a equilibrar responsabilidades, a lidar com desafios imprevistos e a encontrar alegria nas pequenas coisas do dia a dia.

O aprimoramento do meu inglês eu acredito que foi uma conquista notável ao longo desse ano. A imersão no idioma, tanto no trabalho quanto na interação com amigos e namorado contribuiu significativamente para minha confiança ao falar. A adaptação ao clima frio, tão característico da Irlanda, também foi um processo gradual. Aprendi a apreciar as nuances das estações, desde os dias nublados e chuvosos até os momentos raros de sol radiante.

Outubro traz a beleza do outono, a alegria de celebrar o halloween e sempre o marco da minha temporada vivendo fora. Meu segundo dia das bruxas começou ao lado das crianças que eu cuido. Muita decoração pela casa toda, esculpimos abóboras e ajudei a decidir com as fantasias. Só não as acompanhei na noite do “trick or treat” (doces ou travessuras) porque era minha folga e eu tinha uma festa para ir, que aliás foi decidida de última hora e eu tive que improvisar fantasia.

Fui para uma boate bem grande e popular que tinha na época. Com a ajuda de amigas consegui ir parecendo uma “fada”. Morri de vergonha com a maioria do público com fantasias super elaboradas, mas o importante foi que me diverti muito. A outra noite foi mais descontraída, tentei me disfarçar de “pirata”. Fomos em alguns pubs e terminamos o “rolê” na famosa Diceys, conhecida pela suas bebidas baratas e reunir diferentes nacionalidades.

Foi um mês intenso. Mais do que uma simples mudança geográfica, a Irlanda vem sendo uma jornada de autoconhecimento e superação. Cada experiência, por mais simples que fosse, contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. E sempre quando um novo ciclo se inicia mesmo não sendo a virada de ano eu fico agradecida pelos desafios que enfrentei, pelas alegrias que compartilhei e pelas lições que aprendi. E lá se vão 7 anos de muitas histórias para contar… continua..

Por Gilmara Bezerra

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