Todo mês praticamente a mesma coisa: dor de cabeça, emoções à flor da pele, aquela vontade de comer doces. Levanta a mão quem se identifica?!
Essa realidade mensal chama-se Síndrome da Tensão Pré-Menstrual (STPM) ou simplesmente TPM. “É uma síndrome que acomete as mulheres em idade fértil e que apresenta uma gama de sinais e sintomas muito amplos”, explica a ginecologista Luciana Arcoverde.
Todo esse turbilhão de mudanças pode surgir até 10 dias antes da menstruação e tendem a desaparecer logo nos primeiros dias de sangramento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a síndrome pode ser classificada em quatro tipos:
TIPO A – A ansiedade é o destaque.
TIPO C – Compulsão alimentar principalmente por doces, gorduras e alimentos muitos calóricos.
TIPO D – O humor deprimido em destaque.
TIPO H – Apresenta maior retenção de líquidos, levando ao inchaço.
E a ginecologista Luciana acrescenta o tipo O que abrange todos os outros sintomas como cólicas, enjoos, indisposição, etc.
TRATAMENTO
O tratamento inclui medidas que vão desde a prática regular de atividades físicas, alimentação mais saudável com baixa ingestão de sal, diminuição do consumo de alimentos processados e ultraprocessados, até terapia específica.
A atividade física auxilia na regulação da retenção líquida, diminuindo o inchaço, promovendo a liberação da serotonina e, consequentemente, levando ao relaxamento, minimizando a ansiedade com melhora do humor e facilitando o sono.
Os alimentos que auxiliam no processo são os que apresentam caráter antioxidantes e anti-inflamatórios como chá verde, beterraba, abacaxi, romã, laranja, cacau, morango e maçã.
“O tratamento varia de acordo com o tipo apresentado por cada mulher. Além das orientações de estilo de vida, como a atividade física e a alimentação, podemos associar medicamentos específicos para o controle dos sintomas, e até, em casos mais extremos, a recomendação de suspensão dos ciclos menstruais por meio de bloqueio hormonal”, contou Luciana.
ENDOMETRIOSE
A suspeita de endometriose, em casos onde as cólicas menstruais não cedem aos tratamentos usuais, quando apresentam padrão progressivo, associado ao comprometimento das atividades habituais, profissionais, sociais e de relacionamento sexual, pode levar à mulher para investigação com exames mais específicos.
A endometriose é uma doença que pode levar a quadros de infertilidade e dor pélvica crônica. “Muitas mulheres convivem com a endometriose e nunca passaram por um atendimento ginecológico capaz de realizar o diagnóstico e o tratamento de forma a conter as consequências da doença”, disse Luciana.